quarta-feira, 6 de maio de 2015

Não era nada e mesmo assim poderia ser tudo.


A porta do meu coração está fechada enquanto a do seu está trancada à sete chaves e eu, sinceramente, nem fiz questão de tentar abrir. Eu nem consigo pensar em um bom motivo para arriscar, estou confortável assim e se tentar, ainda posso acabar me apaixonando por você. Eu apaixonada novamente... Eu apaixonada por você... Que ideia mais absurda! E sabe o motivo de eu ter me contentado em estar assim? Porque mesmo eu não amando você, seu nome aparece na minha mente quando eu preciso de um amigo ou uma companhia pro cinema. Pra quê me importar, então, se mesmo que você não me ame, eu sei que fui e ainda sou uma das melhores companhias para sua madrugada e que, sem mim, você não escutaria aquela música sem sorrir durante ela?

Sinceramente eu não ligo que não sejamos um casal, eu não podia me importar menos com isso. Só me importo com o fato de querer te beijar todas as vezes que eu estou ao seu lado e muitas das vezes não poder. Mas essa frustração é compensada todas as vezes em que eu estou deitada na minha cama e você está do meu lado. Pode até ser que nós não nos apaixonemos nem agora e nem nunca - e nem quero que você me ligue quando estiver disponível não só de corpo, mas alma e coração também. Já é difícil demais te deixar ir sem amar você, não quero nem sonhar em te dar adeus tendo um sentimento real. Se agora é horrível um mês sem te ver, enquanto eu sou só um contato entre os tanto no meio da sua agenda telefônica - um que você sequer usa com frequência; imagina se fossemos tudo o que temos potencial para ser? 

Verdade seja dita é que somos muito parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes. E que tudo isso só deu certo por ter acontecido na hora certa. Mas mesmo eu, que confio tanto no destino e que odeio tanto deixar passar possibilidades, fico me perguntando e se algumas coisas fossem diferentes? No final das contas, nós tivemos, e ainda temos, capacidade para tanto e mesmo assim não somos nada. Não fomos, não somos e não seremos. Por fim, em meio aos meus escritos mal formulados, pensamentos jogados ao vento e desabafos por muito tempo repreendidos, quero que deite nessa sua cama e lembre-se, além de uma de nossas noites juntos, de tudo o que poderíamos ser e não fomos. E que esse não seja um pensamento triste, e sim que, assim como nós para nós mesmos, seja indiferente - ariscando até uma leve felicidade, afinal podemos não ser nada, nós ainda estamos aproveitando nosso tudo particular.

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